
24 Mai “Sonho e mudança” pela via do homicídio…
Carta aberta ao Jornalista José Alberto Carvalho, da TVI
A notícia com a qual V. Exa. terminou o Jornal das 8 da passada quinta-feira, dia 21 de Maio, relativa à inauguração do edifício que, desde essa data, passa a funcionar como novo Museu Nacional dos Coches, está a suscitar as mais vivas reacções de indignação nas redes sociais.
Com efeito, optou V. Exa. por terminar o Jornal das 8 junto ao Landau Real (foto) em que seguiam, a 1 de Fevereiro de 1908, Sua Majestade El-Rei Dom Carlos I, a Rainha Dona Amélia, o Príncipe Real Dom Luís Filipe e o Infante Dom Manuel, os quais foram alvo de um cobarde atentado perpetrado por Manuel Buíça, no Terreiro do Paço.
Com esse acto bárbaro e traiçoeiro que pôs fim à vida do Rei e do Príncipe Real, quiseram os regicidas impor o regime republicano, o que efectivamente veio a acontecer dois anos mais tarde, com o golpe de 5 de Outubro de 1910 e com a expulsão da Família Real. O recurso à violência, ao assassinato, à perseguição e ao golpe de Estado, sem referendo popular, foram assim os meios de que se serviu a República para chegar ao Poder, contradizendo frontalmente os seus princípios “humanitários” de “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, invocados pelo assassino no seu testamento.
Causou-nos, pois, enorme espanto e suscitou-nos a mais viva indignação constatar que V. Exa. tenha optado por terminar o Jornal das 8 de 21 de Maio com a leitura de excertos do testamento de um dos regicidas – Manuel Buíça. Embora se tenha claramente referido ao crime dele como “homicídio” e “assassínio”, V. Exa. afirmou que “está sempre tudo por dizer em relação ao sonho e à mudança” dando provavelmente aos telespectadores a ideia de que certos meios poderão ser legítimos para atingir determinados fins, tal como teria sido justo, aceitável ou até mesmo heróico e abnegado o uso da violência para impor um regime que tem no seu código genético a ilegitimidade, uma vez que El-Rei Dom Carlos era o Chefe de Estado no exercício do poder, conforme a Constituição vigente.
Para concluir, gostaríamos apenas de lhe recordar as palavras de Francisco Sousa Tavares a propósito do Regicídio: “O sangue tem um preço. O sangue inutilmente derramado por D. Carlos e D. Luís Filipe pesa sobre nós como herança macabra…Vingaremos o sangue de El-Rei D. Carlos no dia em que soubermos, pelos caminhos perdidos da Tradição, reencontrar a alma do povo e a face da Pátria“.
Talvez esse reencontro fosse mais adequado “ao sonho e à mudança” que queremos para Portugal, sem recurso à violência, ao assassinato e à revolução…
Coimbra, 24 de Maio de 2015
José Filipe Sepúlveda da Fonseca
Associação Monárquica Arautos d’El-Rei
“O REI MORREU! VIVAM OS REGICIDAS!”
Estampada numa parede do Mosteiro de S. Vicente de Fora (Lisboa) no dia do Centenário do Regicídio (1-2-2008), esta imagem atesta bem o espírito bolchevista que orientava os republicanos de 1908 e os seus continuadores de hoje. Cumpre recordar que foi na Igreja do Mosteiro de S. Vicente de Fora que naquela data se celebrou a Missa do Centenário por alma de El-Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filipe.
Reportagem de José Alberto Carvalho:
JORNAL DAS 8 – 21 DE MAIO DE 2015, PARTE II (ver desde o minuto 44:18 até ao fim)