
26 Mar Ordos, a cidade fantasma produzida pelo comunismo chinês
Pequim pretende criar até 2020 uma megalópole no Delta do Rio Pérola, fundindo nove cidades e ocupando 42.000 km². Essa gigantesca e utópica cidade será maior que a Suíça e terá 45 milhões de habitantes, ou seja, mais de quatro vezes a população de Portugal.
Em tal aglomerado, o indivíduo ficará reduzido a um grão de areia, valor que o comunismo chinês atribui ao ser humano. No entanto, a avaliar pela experiência de Ordos (Nova Kangbashi) [fotos], na fronteira com a Mongólia, é pouco provável que o projecto se concretize. A cidade de Ordos é efectivamente um fracasso enquanto projecto urbano. Já lhe chamaram a Dubai do norte da China, pela sua moderna arquitectura, pela abundância de infra-estruturas públicas e pela sua localização numa área de grandes recursos naturais. No entanto, ninguém quer ir para lá. O governo chinês simplesmente não consegue povoá-la. Concebida para “apenas” 1 milhão de habitantes, não tem mais do que 28 mil, de acordo com dados fornecidos pelo próprio governo chinês. O espectáculo é desolador: prédios modernos, arranha-céus de apartamentos, edifícios públicos enormes, museus, monumentos, parques, piscinas, extensas e amplas avenidas — tudo ou quase tudo vazio.
Mesmo assim, o governo teima em prosseguir a construção, compelido pela necessidade de investimento. A especulação imobiliária é enorme, estando vendido quase tudo o que se constrói. Porém as habitações estão vazias, a vida é cara, os restaurantes e hotéis não têm clientes, as lojas e as ruas estão desertas, em suma, a actividade económica é quase inexistente e a desoladora existência da cidade só artificialmente se mantém.
O comunismo chinês nem com dinheiro funciona!