Arautos d'El-Rei | Mundo Lusíada: o novo rumo para a Nação Portuguesa
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Monumento aos Descobrimentos

Mundo Lusíada: o novo rumo para a Nação Portuguesa

A partir de finais do século XX, a Nação Portuguesa começou uma vez mais, a ser governada por uma classe dirigente inepta, sem sensibilidade histórica nem sentido patriótico.
De uma forma leviana e soez, estes dirigentes cometeram um crime de lesa-portugalidade porque, sem razões credíveis nem alternativas convincentes, desprezaram o maior legado adquirido ao longo dos séculos pela Nação Portuguesa: a sua especial propensão para se projectar no mundo e a singular maneira de o seu povo viver em outras terras e de estabelecer relações com as suas gentes.
Ao renunciarem a este secular património, aqueles medíocres governantes, acorrentaram Portugal ao Continente Europeu, impossibilitando-lhe qualquer veleidade de autonomia política.

Em consequência, uma Nação com uma história riquíssima, epopeica e milenar, foi obrigada a entregar-se sem condições, a uma entidade estrangeira, amorfa e nebulosa que hoje se chama União Europeia.

Esta União que pretende ter como objectivo final um Continente Europeu tutelado por um governo federal, padece de contradições insanáveis que nascem de um paradoxo e têm com trave mestra um falso postulado:
– No início da Primeira Grande Guerra (1914-1918), existiam na Europa apenas doze Nações e Impérios. No final da Segunda Grande Guerra (1939-1945), existiam já quarenta e oito países. Hoje com o desmembramento da União Soviética e da Jugoslávia, o número é muito superior!
– O paradoxo é que as entidades que detêm de facto o poder real no nosso Continente e defendem o Federalismo como forma de governo, tenham assistido inpávidas e serei, sem reagir, a esta segmentação desagregadora da Europa que torna cada vez mais difícil, para não dizer impossível, a criação de uma união entre tantos países.
– Por outro lado, todo o projecto de Federação de Estados Europeus, assenta numa falsa premissa: a convicção de que existe um só povo Europeu com uma só consciência Europeia! Na realidade, na Europa co-habita um conjunto de diversos povos, muitos deles tendo apenas em comum o facto de terem nascido no mesmo continente.
Estes povos têm todos as suas especificidades, as suas tradições, as suas línguas, as suas religiões, as suas culturas para além das suas sempre presentes memórias históricas, nas quais avultam as guerras que travaram entre si e as consequências que elas acarretaram.
Na verdade, não é realista pensar que será possível construir um Estado Federal Europeu, sem antes experimentar uma situação intermédia, criando espaços onde as Pátrias possam comerciar e associar livremente, incentivando os seus povos a melhor se conhecerem.
Após esta fase e, no caso de os governos acordarem em ceder parcelas de soberania a uma qualquer entidade multinacional, os acordos a assinar, deverão ser precedidos de consultas aos respectivos povos na forma de referendos.
Tudo isto teria que ser executado de forma prudente, passo a passo e não como é actualmente em “marcha acelerada”, conduzida por funcionários apátridas, mascarados de políticos nacionais que sem explicações colocam as populações que governam perante factos consumados.
No tempo presente, abandonada que foi sem ser substituída a doutrina que proclamava e defendia valores absolutos que eram os alicerces da denominada civilização Ocidental, os povos da União Europeia, trilham um caminho onde apenas reina o relativismo, o hedonismo e o consumismo. Esta caminhada não é feita fraternalmente lado a lado mas por cada um “per si” e por isso, caso surja algum perigo no caminho, acontecerá com certeza por parte de todos “um salve-se quem puder”.
Por outro lado, durante esse trajecto, a nossa Nação, dadas as particulares características do seu povo, arrisca-se a perder a sua própria identidade, dissolvida no bojo de uma Europa egoísta e decadente que deixou de crer em valores e ideais que impliquem esforço e sacrifício.
Portugal, sem renunciar à Europa, necessita de ter um outro desígnio que seja paradigma da sua vocação universalista e desperte a Nação da sua letargia.

Portugal Insular e Ultramarino[…] Ora, são precisamente a Portugalidade e o Mundo Lusíada, os parâmetros que deverão traçar um novo rumo para a Nação Portuguesa: conjuntar a Portugalidade de milhões de emigrantes da diáspora e associá-la fraternalmente aos povos do mundo de raiz Lusófona deverá ser agora o objectivo principal a atingir.
Criar condições para o reencontro e enlace entre a Portugalidade e a Lusofonia é uma imperativa Missão para todos nós e para os governos que verdadeiramente tenham como aspiração maior, continuar Portugal na condição de Nação Livre e Independente.

Miguel de Lencastre

Excertos do discurso proferido na apresentação do livro “KINDA E OUTRAS HISTÓRIAS DE UMA GUERRA ESQUECIDA

Porto, 14 de Março de 2015

Nota: As inserção das imagens e alguns destaques gráficos são da responsabilidade da nossa Redacção.

 



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