Arautos d'El-Rei | A destruição do Ensino Tradicional e a imposição de uma mentalidade socialista autogestionária na Escola
345
post-template-default,single,single-post,postid-345,single-format-standard,ajax_fade,page_not_loaded,,qode-title-hidden,vss_responsive_adv,qode-content-sidebar-responsive,qode-theme-ver-10.1.1,wpb-js-composer js-comp-ver-6.8.0,vc_responsive

A destruição do Ensino Tradicional e a imposição de uma mentalidade socialista autogestionária na Escola

José Filipe Sepúlveda da Fonseca

GIGANTESCA MÁQUINA DE PROPAGANDA AO SERVIÇO DO ACTUAL REGIME SOCIALISTA TENTA IMPOR DE FORMA AUTORITÁRIA E ANTIDEMOCRÁTICA MUDANÇAS RADICAIS NO SISTEMA DE ENSINO TRADICIONAL

Ao longo desta semana e da próxima, tem início mais um novo ano escolar.
Por via de regra, o início de um novo ano lectivo é a ocasião em que os alunos renovam o propósito de conseguirem alcançar um bom aproveitamento escolar, e em que se suscitam simultaneamente entre pais, encarregados de educação e muitos professores, grandes expectativas, mas também algumas apreensões.
Venho hoje falar de um tema que, a meu ver, deveria causar grande interesse e alguma preocupação, sobretudo nos pais, encarregados de educação e em muitos professores conscientes das suas responsabilidades como formadores.
Refiro-me ao modo de ensino do Português e de uma maneira geral de todas as disciplinas que, lamentavelmente, tem vindo a deteriorar-se nos últimos anos na generalidade das escolas, sobretudo depois da recente reforma de 2003-2004, em grande medida como resultado das erradíssimas políticas aplicadas pelo Ministério da Educação.
Na obra “O Ensino do Português” de autoria da professora Dra. Maria do Carmo Vieira, dada à estampa em Junho deste ano e cuja leitura recomendo vivamente, sobretudo aos pais e encarregados de educação, é escalpelizado o actual estado de deterioração do ensino em geral e, nomeadamente, a disciplina de Português.
Com efeito, a autora alerta-nos nesta obra para a total desresponsabilização dos alunos, a qual resulta de um sistema, cujo propósito deliberado, segundo os seus mentores, consiste em disseminar a ideia de que “o esforço, o espírito de sacrifício e a força de vontade, inerentes ao acto de aprender” são aspectos que têm de ser relegados para segundo plano, em nome de um novo conceito de ensino mais igualitário, por oposição a um conceito “antiquado” baseado numa visão hierarquizada.
Desse modo, os mentores desta reforma pretendem criar na mente dos alunos a falsa ideia de que uma atitude menos exigente num sistema de ensino cada vez menos hierarquizado e mais autogestionário, fará com que eles tenham mais êxito em termos de aproveitamento e de conhecimentos. Ora, tal ideia é pura falácia.
A autora alerta-nos ainda para o facto de esta reforma praticamente não ter sido debatida de um modo sério antes de ter entrado em vigor. E percebe-se bem porquê. Os seus mentores não tinham certamente grande interesse em encontrar resistências à sua determinação de impor o novo modelo pedagógico, onde, segundo eles, se visa criar uma nova concepção de escola e uma nova concepção de professor.
Para ilustrar melhor o que acabei de afirmar, invoco um excerto do referido livro, bem exemplificativo da atitude autoritária dos mentores novo sistema de ensino: “Dissuadindo do diálogo franco e verdadeiramente construtivo, advertiam os seus autores contra a inutilidade de qualquer crítica que pusesse em causa a “mudança”. E afirma-se mais à frente: “Quem ousou pensar e argumentar, usando o seu espírito crítico e a sua experiência profissional, foi de imediato acusado de ser «catastrofista», «individualista», «fascista» e «elitista», mas também «comunista» e «extremista», num emaranhado de cognomes controversos que não tinham outro objectivo que o de assinalar demagogicamente o opositor, com a advertência de que teria de habituar-se ao novo modelo de ensino.”
Segundo a autora, relativamente ao ensino da disciplina de Português, o novo modelo preconizado menospreza os conteúdos e despreza o património histórico e artístico que representa a Literatura. Ainda de acordo com este novo modelo de ensino os professores devem ser relegados para um plano meramente funcional, tornando-se “simples servidores do Estado e por ele protegidos do inconveniente de pensar. (…) Com efeito — prossegue a autora — a secundarização da relação ensinar-aprender teve em vista tornar ilegítimo o verbo «ensinar», banindo-o da função de um professor e daí o aumento de conflitos na sala de aula.”
Chegados a este ponto, questiono o caro ouvinte acerca do seguinte.
Será que este novo modelo de ensino que visa destruir metódica e paulatinamente os alicerces em que sempre assentou o ensino tradicional, e que o poder político está a tentar impor de forma antidemocrática a alunos e professores, obedece apenas aos desejos e caprichos de uns quantos burocratas que definem as políticas educativas no Ministério da Educação em Lisboa?
Ou, pelo contrário, obedece este modelo de ensino a outras ambições, quem sabe, políticas e até mesmo ideológicas, cujo fim último consistirá na aplicação de um socialismo autogestionário na Escola, que o referido poder político está determinado em impor também em outras esferas da vida e da sociedade, através da actuação subtil e profunda da gigantesca máquina de propaganda ao serviço do actual regime socialista?
Deixo isto à sua reflexão.

Crónica Semanal para a Rádio Universidade FM de Vila Real, 09-09-2010



Este site utiliza cookies para permitir uma melhor experiência por parte do utilizador. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Mais informação

The cookie settings on this website are set to "allow cookies" to give you the best browsing experience possible. If you continue to use this website without changing your cookie settings or you click "Accept" below then you are consenting to this.

Close