
27 Mai A aprovação do Projecto-Lei do PS para co-adopção de crianças por pseudo-casais homossexuais com a conivência táctica de alguns deputados da maioria parlamentar PSD – CDS/PP
No passado dia 17 de Maio de 2013, o Parlamento aprovou na generalidade um projecto-lei do Partido Socialista que prevê a co-adopção de crianças por pseudo-casais homossexuais.
Caso este projecto-lei venha a ser aprovado na votação final global, passará a ser possível a uma das partes de uma união homossexual co-adoptar o filho biológico ou adoptivo da pessoa com quem vive.
O projecto-lei foi aprovado com 99 votos a favor, 94 contra e 9 abstenções.
Mais uma vez, à semelhança do que aconteceu com a aprovação da lei do pseudo-casamento homossexual, em Janeiro de 2010, também o tema da co-adopção de crianças por homossexuais não foi debatido na sociedade portuguesa.
Ou seja, para além de não ter havido um amplo debate na sociedade portuguesa sobre o assunto, o debate Parlamentar sobre esta matéria foi praticamente inexistente.
Não obstante tal facto, é desconcertante verificar que a abstenção de três deputados do CDS-PP, a saber João Rebelo, Teresa Caeiro e Michael Seufert tenha contribuído para a aprovação do referido projecto-lei.
É oportuno salientar que este projecto-lei se insere numa campanha ideológica que tem vindo a ser levada a cabo de há alguns anos a esta parte pelo lóbi gay, coadjuvado por toda a esquerda, visando a dissolução da instituição familiar tradicional. Nessa campanha ideológica incluem-se as leis do aborto e do pseudo-casamento entre homossexuais aprovadas anteriormente e o recente projecto-lei da co-adopção de crianças por homossexuais que a esquerda conseguiu ver aprovado com a conivência tácita de alguns deputados da maioria PSD-CDS-PP.
Faço minhas as palavras do conselheiro nacional do CDS-PP, Filipe Anacoreta Correia que, sobre esta matéria, afirmava anteontem ao Diário Económico “Continua o partido sem uma posição clara sobre que matérias devem ser objecto de disciplina de voto”.
Ou seja, a atitude daqueles três deputados do CDS-PP constituiu “uma agressão ao eleitorado natural do CDS-PP”.
E as consequências da abstenção destes três deputados centristas já estão a fazer sentir-se.
Para quem acompanha regularmente as redes sociais e a blogosfera, ter-se-á apercebido nos últimos dias que uma tal atitude já provocou incómodos não só na base natural de apoio do Partido, mas também nalgum eleitorado natural do CDS-PP que votou no CDS, entre outros motivos, convicto de que o CDS, uma vez no Governo, se iria bater pela revogação das leis contra a Família.
Ora, o eleitorado natural do CDS-PP que é um eleitorado conservador, não aceita e nunca irá aceitar que um partido com uma matriz Democrata-Cristã possa de alguma forma contribuir, através da abstenção de alguns dos seus deputados, para que leis anti-Família sejam aprovadas no Parlamento.
E esse eleitorado conservador que é o único eleitorado que poderá fazer aumentar de forma expressiva a votação no CDS, só se revê num CDS que, relativamente à agenda dos costumes, assuma posições firmes e inequívocas.
José Filipe Sepúlveda da Fonseca
Crónica Semanal para a Rádio Universidade FM de Vila Real, 23-5-2013